Principais impactos: habitação e alimentos
Entre os nove grupos de produtos e serviços analisados, destacaram-se as altas em habitação (1,49%) e em alimentação e bebidas (1,06%), que exerceram a maior influência no índice de outubro.
Em habitação, a alta foi puxada pelo aumento de 4,74% na energia elétrica residencial, com a entrada em vigor da bandeira tarifária vermelha patamar 2, que adiciona R$ 7,877 para cada 100 kWh consumidos desde 1º de outubro.
No grupo alimentação e bebidas, a alta foi impulsionada pelos preços dos alimentos para consumo em casa, que subiram de 0,56% em setembro para 1,22% em outubro. Destaque para carnes, que subiram 5,81%, especialmente os cortes de acém (9,09%), costela (7,40%), contrafilé (6,07%) e alcatra (5,79%). Outros aumentos significativos foram registrados no tomate (9,82%) e no café moído (4,01%). Em contrapartida, houve quedas expressivas nos preços da manga (-17,97%), mamão (-17,83%) e cebola (-16,04%).
A alimentação fora de casa também registrou aceleração, com variação de 0,65%, superior aos 0,34% de setembro. O subitem refeição subiu de 0,18% para 0,53%, enquanto o lanche avançou de 0,67% para 0,88%.
Queda no transporte e impacto nas passagens aéreas
O setor de transportes apresentou recuo de 0,38%, influenciado pela queda de 11,5% nas passagens aéreas. Outros transportes, como trem (-4,8%), metrô (-4,63%) e ônibus urbano (-3,51%), também contribuíram para o índice negativo do setor devido às gratuidades concedidas durante as eleições municipais.
Nos combustíveis, houve redução nos preços do etanol (-0,56%), óleo diesel (-0,2%) e gasolina (-0,13%), enquanto o gás veicular registrou leve alta de 0,48%.
Planos de saúde pressionam despesas
No grupo de saúde e cuidados pessoais (0,38%), o aumento nos planos de saúde, com variação de 0,53%, foi destaque. Esse aumento reflete o reajuste autorizado pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) para planos antigos, com aplicação retroativa a partir de julho. Em outubro, o IPCA incorporou as frações mensais de reajuste desses planos referentes aos meses anteriores.
Variação regional
Regionalmente, Goiânia apresentou a maior variação de preços (0,8%), impulsionada pela alta da energia elétrica residencial (9,62%) e do contrafilé (6,53%). Em contraste, Aracaju registrou a menor variação (0,11%) devido às quedas na gasolina (-2,88%) e no transporte urbano (-6,22%).
Cidades como Belém, Campo Grande, Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro e São Luís também registraram aumentos superiores à média nacional, refletindo reajustes mais intensos em diversos itens.
Os preços de outubro foram coletados entre 28 de setembro e 29 de outubro de 2024, comparados aos de 30 de agosto a 27 de setembro de 2024.